Fotografa Diane Arbus

Diane Arbus: Um olhar sobre o diferente [Grandes Nomes da Fotografia]

fevereiro 24, 2021

COMPARTILHE

Ter um olhar sobre o diferente, o incomum, nos dias de hoje já é de grande valia, imagina isso nas décadas de 1950-1960? E esse foi o grande diferencial do trabalho da fotógrafa Diane Arbus. Em outras palavras, suas fotos quadradas, em preto e branco, mostraram à sociedade da época – e perpetuando até hoje – aquilo que não era revelado nas galerias de arte.

Os travestis, os anões, os gigantes, portadores de síndrome de Down, entre outros, tudo que estava à margem. Diane trouxe à tona o que estava embaixo do tapete da sociedade do século passado. Além disso, sua obra ganhou tanto destaque que foi a primeira fotógrafa norte-americana a expor na Bienal de Veneza.

Diane nasceu em 14 de março de 1923, em Nova York, em uma família judia de classe alta, dona da loja de peles Russeks. Aliás, o status que carregava a incomodava de alguma forma, tanto que dizia que a riqueza “tinha algo de surreal, que confinava a todos. Tudo que conseguia sentir era a minha própria surrealidade”. Na adolescência, por influência do pai, teve aulas de pintura, mas detestava-as. Aos 14 anos, conheceu Allan Arbus, de 19 anos, que trabalhava no departamento de arte da Russeks, por quem Diane se apaixonou e começou uma relação intensa.

 

Blog IpsisPro Diane-Arbus-01 Diane Arbus: Um olhar sobre o diferente [Grandes Nomes da Fotografia]

 

O casal de fotógrafos

Mesmo indo contra toda a família que proibia a relação, aos 18 anos, legalmente independente, Diane e Allan casaram-se. O interesse do casal em fotografia surgiu em 1941, quando visitaram a galeria de Alfred Stieglitz. Lá, aprenderam sobre os fotógrafos Mathew Brady, Timothy O’Sulivan, Paul Strand, Bill Brandt e EugèneAtget. Em seguida, Allan foi convocado para a Segunda Guerra Mundial, quando se tornou fotógrafo para o Corpo de Comunicações do Exército dos Estados Unidos.

Ao retornar da guerra, o casal decidiu começar uma carreira como fotógrafos de moda, o que os levou a fundar uma agência de fotografia chamada Diane & Allan Arbus, ela como diretora artística e ele como fotógrafo. Foi um sucesso. Eles contribuíram para revistas como Glamour, Seventeen, Vogue, Harper’sBazaar, entre outras revistas de moda. Mas Diane queria mostrar algo diferente do que eles retratavam: ela buscava o mundo real, imperfeito, aquilo que está além do olhar perfeito das revistas de moda e do mercado publicitário.  A ela interessava o mistério.

 

Blog IpsisPro Fotografia-de-Anao Diane Arbus: Um olhar sobre o diferente [Grandes Nomes da Fotografia]

 

Carreira de Diane Arbus

Aos 36 anos, em 1959, largou o trabalho de assistente do marido nas revistas de moda e passa a fotografar imagens menos convencionais com sua câmera Rolleiflex. Aliás, ela foi justamente na contramão das revistas de moda: ela passou a “romper com o olhar de idealização do cotidiano.

Em sua obra não há qualquer romantização ou tentativa de atrair a compaixão. Há, em alguma medida, a sensação de repulsa, mas uma repulsa acompanhada da compreensão, não há aversão”, destaca o site Valkirias.

 

Blog IpsisPro Fotografia-de-Gigante Diane Arbus: Um olhar sobre o diferente [Grandes Nomes da Fotografia]

 

É quando homossexuais, velhos, travestis, anões, pessoas fantasiadas nas ruas, gigantes, mulheres esquizofrênicas, pessoas com Síndrome de Down, entre outros, ganharam as lentes – e destaque nas artes e na sociedade. Além disso, a escritora Susan Sontag escreveu certa vez: “ela se especializou em desastres privados em câmera lenta, que, na maioria dos casos, já vinham ocorrendo desde o nascimento do personagem da foto”.

Arbus brincava com as máscaras e a hipocrisia da sociedade americana. O sujeito mascarado é uma metáfora estética trágica que quer ao mesmo tempo mostrar e esconder o lado mórbido do ser humano.

 

Blog IpsisPro Fotografia-de-Homossexual Diane Arbus: Um olhar sobre o diferente [Grandes Nomes da Fotografia]

 

Titulo

Sobre uma exposição de Diane Arbus, Susan Sontag escreveu: “Em vez de pessoas cuja aparência agradava, gente representativa a cumprir seus honrados afazeres humanos, a exposição de Arbus perfilava monstros seletos e casos extremos — na maioria feios, com roupas grotescas ou degradantes, em ambientes desoladores ou áridos — que se haviam detido para posar e, muitas vezes, para olhar com franqueza, com segurança, para o espectador. A obra de Arbus não solicita aos espectadores que se identifiquem com os párias e pessoas de aspecto miserável que ela fotografou. A humanidade não é ‘una’.”

 

Blog IpsisPro Fotografia-de-Gemeas Diane Arbus: Um olhar sobre o diferente [Grandes Nomes da Fotografia]

 

 Diane Arbus cometeu suicídio em 1971. Ela conviveu por anos com a depressão, atribuída por muitos ao seu medo da fama e de se perder da sua arte e à necessidade de ganhar dinheiro. Por fim, a filha mais velha de Diane, Doon Arbus, passou a cuidar de todo legado artístico da mãe e descobriu fitas das aulas ela havia ministrado em 1970 na Escola de Design de Rhode Island.

Aliás, nessas fitas, Diane fala sobre suas obras, sua fotografia e o seu processo de trabalho. Tais projetos também ficaram disponíveis no catálogo da exposição organizada pelo MoMA em 1972, tornando-se um dos mais importantes textos da fotografia. Por fim, o catálogo chegou à 12ª edição, vendendo mais de 100 mil cópias e a exposição viajou pelo país e foi vista por mais de 7 milhões de pessoas.

Enfim, esperamos que tenha curtido este conteúdo sobre a Diane! Temos posts de outros grandes nomes da fotografia também, como por exemplo o Araquém Alcântara. Venha dar uma espiada :). Acesse o nosso site também! Venha conhecer nossos fotolivros 🙂 Você vai amar, tenho certeza disso amigo fotógrafo(a) *-*.

Siga-nos nas redes sociais:

IpsisPRO – Instagram | Facebook | Pinterest  | Twitter

IpsisPUB – Instagram

Fotografos Online – Instagram

COMPARTILHE NAS REDES SOCIAIS:

FABRICA BLOG - 1

Sobre a IpsisPro

Transformamos ideias em imagens que saltam aos olhos! Seus clientes vão poder desfrutar do mesmo requinte de livros de arte e de renomados fotógrafos brasileiros através dos trabalhos da IpsisPRO.

Depois de mais de 70 anos no mercado e já consolidada como referência na América Latina em qualidade de impressão e tratamento de imagem, lançamos uma plataforma que proporciona o mesmo requinte de livros de arte para trabalhos de fotógrafos profissionais.

Fique por dentro das nossas novidades