Imogen Cunningham [Grandes Nomes da Fotografia]

Sensibilidade e sentimento nas fotografias

As cenas urbanas e industriais, os temas botânicos, o nu artístico e retratos de grandes artistas da época sempre foram as paixões da fotógrafa Imogen Cunningham. Aliás, no começo do século XX, se destacou por suas fotografias carregadas de sensibilidade e sentimento.

Por muitos anos, quando trabalhava na Vanity Fair, na década de 1930, retratou muitas celebridades, como da artista plástica mexicana, Frida Kahlo. Além disso, as plantas foram ótimos destaques em suas fotografias, tudo muito revelador.

Cunningham e seu gosto por fotografia desde pequena

Cunningham nasceu em Portland (Oregon), nos Estados Unidos, em 12 de abril de 1883. Filha predileta do pai dentre os 10 irmãos, dizia-se que ela se interessava por fotografia desde a infância e recebeu aulas de arte, um luxo que sua família mal podia pagar. Em 1901, com 18 anos de idade, comprou sua primeira câmera fotográfica, mas rapidamente perdeu interesse pela fotografia, vendendo-a logo depois.

Cinco anos depois, por conta de um encontro com o trabalho de Gertrude Kasebier, uma das referências da época, se inspirou a insistir na arte. Com ajuda de seu professor de química, Horace Byers, passou a estudar a química por trás da fotografia, financiando as aulas com fotografias de plantas para o departamento de botânica.

Assim, com mais intimidade com a fotografia, se sentiu à vontade para tirar um retrato de si mesma nua. Seu pai construiu uma câmara escura no depósito de lenha da família. Em 1907, Cunningham se formou na Universidade de Washington. Ela escreveu uma tese de último ano intitulada “The Scientific Development of Photography”, na qual examinou o trabalho de um fotógrafo local, Edward Curtis.

Posteriormente, de 1907 a 1909, trabalhou como foto técnica profissional em seu estúdio. Ela passava muito tempo imprimindo e retocando seus negativos de nativos americanos e também aprendeu o processo de impressão de platina com AF Muhr, quando trabalhou no estúdio Curtis.

Estudos fora

Em 1909, Cunningham ganhou uma bolsa de estudo da sua irmandade (Pi Beta Phi) para estudar em outro país. Além disso, seguindo o  conselho do professor de química, foi estudar com o Prof. Robert Luther na Technische Hochshule, em Dresden, Alemanha. Lá, concentrou-se nos estudos e não tirou muitas fotografias.

Em maio de 1910 termina a escrita do artigo “About the Direct Development of Platinum Paper for Brown Tones”, descrevendo o processo de aumentar a velocidade de impressão, a claridade dos tons e produção de tons sépia. Regressando a Seattle conheceu Alvin Langdon Coburn em Londres e Alfred Stieglitz e Gertrude Kasebier em Nova Iorque.

Trabalhos em destaque

Em 11 de fevereiro de 1915, Cunningham casou-se com Roi Partridge, especialista em impressão de Seattle. Eles tiveram três filhos: Gryffyd (nascido em 1915) e Rondal e Padraic (gêmeos nascidos em 1917). Aliás, nessa época, causou um escândalo local quando publicou fotos de seu marido nu, tiradas no Monte Rainer; o casal tinha estúdios nas proximidades.

O período mais criativo de Cunningham veio nas décadas de 1920 e 1930, quando foi reconhecida como inovadora. Ela ainda tinha filhos pequenos e seu marido lecionava no Mills College. Por isso, a maior parte de seu trabalho foi feito em casa, onde seu estilo mudou drasticamente. Suas fotos tornaram-se altamente focadas e seus temas eram frequentemente encontrados na natureza.

Ela tirou fotos de árvores e seus troncos, estudos de zebras em uma viagem ao zoológico, cobras trazidas por seus filhos e flores de magnólia e lírios de seu jardim. Um dos mais conhecidos desse período é “Magnolia Blossom”, de 1925. As suas fotografias de flores não eram diferentes das famosas pinturas de Georgia O’Keefe.

No final de 1931, a persistência de Cunningham valeu a pena quando ela tirou retratos da dançarina Martha Graham. A revista Vanity Fair se impressionou com o seu trabalho e a contratou. Como resultado, Cunningham teve a missão de tirar fotos das estrelas de cinema em Los Angeles.

Sobre essa experiência, Margery Mann em Imogen Cunningham: Photos escreveu: “Imogen transformou os habitantes glamurosos do mundo superior em seres humanos”. O seu trabalho também apareceu em outras revistas americanas importantes. Em 1937, integrou a sua primeira grande exposição no Museu de Arte Moderna. Ao longo de sua carreira, muitas exposições vieram e também muitos prêmios.

O último projeto de Imogen Cunningham

Aos 92 anos, iniciou seu último livro, After Ninety. O livro retratava idosos, muitos dos quais eram seus amigos. Sua morte em San Francisco em 23 de junho de 1976 acabou interrompendo o projeto.

Por fim, After Ninety foi publicado postumamente em 1977, e de 1978 a 1981, uma exposição, baseada no livro, viajou pelos Estados Unidos. Sobre sua carreira, Lorenz escreveu em Imogen Cunningham: Selected Text sand Bibliography: “Muito poucos fotógrafos abrangem a longevidade, a diversidade temática e a visão sublime manifestada por Imogen Cunningham.”

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