Melhores fotógrafas brasileiras | Conheça as mulheres que têm se destacado nesse mercado

As mulheres tiveram um papel fundamental no desenvolvimento da fotografia. No entanto, sua participação não foi divulgada e nem valorizada, já que a mulher tinha um lugar secundário na sociedade.

Explorando diferentes possibilidade com olhar e sensibilidade únicas, elas foram capazes de revolucionar e encantar o mundo. Nessa lista, junto com fotógrafas de diversos lugares do mundo, encontram-se as melhores fotógrafas brasileiras.

Atualmente, mulheres são maioria em cursos de fotografia e atuam em todas as áreas. Mas certos preconceitos persistem. Segundo o World Press Photo, ainda há diferenças de salário entre homens e mulheres da área e elas são minoria em número de profissionais.

A Women Photograph (WP), iniciativa online que reúne mais de 850 fotógrafas documentais ao redor do mundo, constatou que na edição das melhores imagens de 2018 das agências de notícias internacionais a representatividade das mulheres foi inferior a 10%.

Entre essas agências, temos: na Associated Press cerca de 12%; na Reuters esse número foi de 15%; enquanto na Agence France Presse apenas 3% das imagens publicadas foram clicadas por fotógrafas.

No período de julho a setembro de 2018 as publicações globais, como The New York Times, publicaram na primeira página singelos 17% de fotos feitas por mulheres. No francês Le Monde, das 78 imagens publicadas apenas 6 foram feitas por fotógrafas!

As estatísticas apresentadas pela WP apontam que atualmente apenas 15% dos fotojornalistas em atividade no mundo são mulheres.

As mulheres cresceram dentro de moldes impostos pela sociedade patriarcal que enrijeceram suas possibilidades de fazer algo diferente daquilo que o homem espera.

Felizmente, graças às lutas das próprias mulheres, esse quadro vem sendo transformado para que a igualdade de gênero seja alcançada um dia.

Por isso, neste artigo trazemos para vocês um pouco da história da fotografia e do trabalho das melhores fotógrafas brasileiras.

História da fotografia

Na história da fotografia, inúmeros são os nomes masculinos responsáveis pelo aperfeiçoamento da técnica. A primeira descoberta importante foi a “câmara escura”, cujo conhecimento de seus princípios ópticos é atribuído a Aristóteles, em 300 a.C.

Séculos depois, por volta de 1558, a técnica foi sendo aperfeiçoada pelo cientista napolitano Giovanni Baptista Della Porta.

Posteriormente, Joseph Nicéphore Niepce (1765-1833) teve a ideia de usar como material sensível o betume-da-judéia, que a luz altera e torna insolúvel, fazendo com que as imagens obtidas ficassem inalteráveis.

Já em 1826, expondo uma dessas placas durante aproximadamente 8 horas na sua câmara escura, conseguiu uma imagem do quintal de sua casa, sendo esta considerada a primeira fotografia permanente do mundo, num processo batizado por Niépce de “heliografia”, gravura com a luz solar.

Suas experiências foram compartilhadas com Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851). Este verificou que uma chapa de prata iodetada – o daguerreótipo -, pela exposição aos valores de iôdo, se impressionava pela ação da luz, e a alteração, quase invisível, podia ser revelada pela exposição aos vapores de mercúrio. Depois era fixada por uma solução de cianeto de potássio que dissolve o iodeto inalterado. O daguerreótipo (1839) foi a primeira solução prática do problema fotográfico.

Após o aperfeiçoamento dos processos, foi criada a película de rolo de celulóide que permanece em uso até hoje.

Mas afinal, onde as mulheres entram na história da fotografia?

Esta história não foi feita apenas por homens. A esposa de Fox Talbot, cujo nome era Constance, por exemplo, ajudou-o a desenvolver papéis sensíveis a luz e também no desenvolvimento das imagens.

A partir daí, foi um passo para muitas mulheres aderirem à prática da fotografia profissionalmente, sendo também pioneiras.

A primeira fotografia de paisagem realizada com um Daguerreótipo foi feita por uma mulher, Ann Cook.

Já a parisiense Antonieta DeCorrevont recebeu o título de primeira mulher no mundo a trabalhar profissionalmente com fotografia, abrindo um estúdio de retrato em Munique no ano de 1843.

Mas foi no século XX que a fotografia tornou-se atividade profissional reconhecida e também uma arte, tendo muitos nomes femininos tornados célebres: Dorothea Lange, Margaret Bourke-White, Lee Miler, Eve Arnold, Tina Modotti, Vivian Maier, Annie Leibonitz, Gioconda Rizzo, entre tantas outras.

Em um dos períodos mais difíceis da nossa história, entre as duas grandes guerras, é que surge Dorothea Lange, fotógrafa estadunidense.

Entre 1935 e 1942, foi criado e funcionou nos Estados Unidos a FSA (Farm Security Administration), que pagava a cada fotógrafo 50 dólares para eles retratarem a depressão pós 1929 que assolava o país.

Foi aí que Dorothea apareceu, junto com outros artistas e deu início à corrente designada Fotografia Humanista. Ela mostrava a penúria, a catástrofe e a pobreza do povo norte-americano a fim de ajudar o Governo a tomar as medidas necessárias para a recuperação do país.

E no Brasil, quando as mulheres passaram a participar do mundo da fotografia?

No Brasil, a primeira fotógrafa profissional foi Gioconda Rizzo. Filha do imigrante italiano Michelle Rizzo, Gioconda começou a fotografar aos 14 anos, no ateliê do pai. Pouco depois, ela abriu seu próprio estúdio, o Photo Femina, onde fazia retratos de mulheres e crianças.

Gioconda conquistou sucesso na sociedade paulistana ao abandonar a técnica antiga de retratos de corpo inteiro — ela fotografava as pessoas dos ombros para cima.

A rigidez da sociedade da época a obrigou a fechar seu estúdio, pois era frequentado por cortesãs. Gioconda então voltou ao ateliê do pai e dedicou-se à produção de fotografia sobre porcelana, usada em joias e enfeites, tornando-se uma pioneira da técnica. Com certeza, Gioconda está na lista das melhores fotógrafas brasileiras!

Melhores fotógrafas brasileiras

Felizmente, todo o machismo enraizado na sociedade não impediu — nem impede — que mulheres se destaquem em diferentes áreas da fotografia. Conheça um pouco do trabalho de dez fotógrafas brasileiras que marcaram o mundo com suas câmeras ou que estão ganhando visibilidade e conquistando a todos.

1) Cláudia Regina

A brasileira Cláudia Regina aprendeu a fotografar por conta própria, depois de trabalhar num estúdio. Especializada no retrato de mulheres, Cláudia evita todo tipo de manipulação que torne suas modelos menos reais: ela não usa retoques, nem cores e nem mesmo orienta as mulheres quanto a poses.

Cláudia busca provar que padrões nada tem a ver com a verdadeira beleza. Com base nisso, ela fez o “ensaio mulher”, mostrando a mulher na sua forma natural.

Ela também é autora do site Dicas de Fotografia, no qual oferece a fotógrafos novatos informações das quais sentiu falta durante a sua própria formação.

Paranaense e carioca, Cláudia Regina é atualmente a fotógrafa brasileira mais influente e a mais inspiradora.

2) Nair Benedicto

Uma das mulheres pioneiras do movimento feminista, na década de 1970 no Brasil e também uma das primeiras a entrar no circuito da fotografia, bem restrito aos homens, foi Nair Benedicto.

Sua produção focou o papel da mulher na sociedade, especialmente as das classes mais baixas.

Nair é paulistana, trabalhou no Jornal da Tarde e colaborou com revistas como Time, Marie Clair, IstoÉ, entre outras, tendo ainda fundado, em 1979, a F4, uma das primeiras agências de fotojornalismo do país.

Por mais que agora isso pareça mais comum, se não fosse por pessoas como Claudia e Nair, provavelmente muitas mudanças na concepção predominantemente masculina da fotografia não teriam acontecido. Por isso, elas mais do que merecem estar nesta lista de melhores fotógrafas brasileiras.

3) Bruna Valença

Bruna é uma fotógrafa e videomaker de Recife que mantém um estilo muito particular. Ela é fã do analógico, gosta de brincar com cores frias, locações encantadas, preto e branco e muitas sombras.

Observar seu trabalho é como entrar num sonho mas, ao mesmo tempo, seu olhar traz um lado muito real e transparente das pessoas que fotografa. Seus portraits são singulares.

A maioria das personagens de suas fotos são mulheres e com muita leveza ela tenta demonstrar a personalidade de cada uma delas em seus retratos.

4) Daniela Justus

O que começou com um hobby lá em 2006, com fotos de filhos de amigos, foi ficando sério, virando trabalho e agora ganhou reconhecimento internacional.

Daniela Justus venceu duas das quatro categorias do prêmio anual da Associação Internacional de Fotógrafos Profissionais de Nascimento, o mais importante do segmento, com profissionais de 42 países.

Ela foi premiada com duas imagens bem marcantes e bem diferentes entre si. Uma é a imagem de um irmão mandando beijo pelo vidro da maternidade para a irmãzinha recém-nascida.

O outro prêmio, na categoria Nascimento, foi para uma foto de um “bebê empelicado”, como são chamadas as crianças que nascem dentro da bolsa gestacional. É um caso raro, que costuma ocorrer uma vez a cada 80 mil nascimentos.

E, como os nascimentos nem sempre acontecem nas datas previstas, sua rotina é não ter muita rotina. Daniela já contabiliza 179 partos fotografados!

5) Larissa Isis

A paulistana Larissa Isis tem por premissa fazer um trabalho voltado para a valorização da beleza, costumes e ideologia da população negra.

Em suas fotografias, ela evita o uso de muitos filtros ou efeitos visuais. Sua marca é utilizar a luminosidade a seu favor.

Dentre seus projetos nasceu o “Cansei“, onde mulheres negras posam com um desabafo escrito por giz. É poderoso e libertador. A cada foto um depoimento, uma vivência e uma quebra de estereótipo bem na cara de todo mundo.

6) Rafa Eleutério

De fortaleza para o mundo, a Rafa Eleutério começou a praticar a fotografia por conta própria cobrindo shows e desfiles de moda – que são sua paixão.

Essa proximidade com o mundo da moda resultou na sua participação em várias exposições, dentro e fora do país. Entre elas, está a exposição Coletiva Palacete Viscondes de Balsemão, em Portugal.

Trabalhando com um olhar verticalmente oposto ao estilo, Larissa usa recursos e estilos bem característicos em figuras marcantes no mundo da moda. A jovem vem criando tendências e ganhando cada vez mais espaço no mercado.

7) Géssica Hage

Géssica mora no Rio, mas seu olhar é universal. O curioso ao analisar suas fotos é que transparecem uma maturidade de quem já tem uma longa estrada. No entanto, Géssica possui apenas vinte e poucos anos.

Outra característica da fotógrafa é sua mente aberta e capacidade de co-criar.

8) Adriana Margotto

Adriana Margotto é uma fotógrafa brasileira especializada em newborn e família há cinco anos. Trabalha em estúdio próprio em São Paulo e é membro da Associação Brasileira de Fotógrafos de Recém-Nascidos (ABFRN).

Ela ainda dirige a Newborn Props, loja de acessórios para fotografia newborn.

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9) Camila Kinker

Camila Kinker formou-se em cinema pela FAAP -Fundação Armando Álvares penteado, em 2017. Durante seus estudos atuou, principalmente, como diretora de fotografia e editora de vídeos. Assim, chegou a trabalhar com a atleta Karina Oliani, a preparadora de atores Ariela Goldmann.

Ainda em 2017, participou e ganhou o primeiro reality show de fotografia da TV brasileira, o Arte na Fotografia, exibido no Canal Arte1.

Seu último trabalho foi no Sertão do Piauí. No estado, além de registrar uma realidade brasileira, realizou oficinas de fotografia para crianças da região.

10) Hevelyn Gontijo

Hevelyn Gontijo já trabalhou em vários ramos da fotografia, como espetáculos, publicidade, moda, still. Atualmente, ela se dedica a fotografar o amor. Ela tenta transmitir todo o amor envolvido em um casamento por meio da fotografia.

Foi vencedora da categoria Ensaio do Prêmio Foto Hera 2015/2016.

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