Sebastião Salgado

Sebastião Salgado [Grandes Nomes da Fotografia]

abril 1, 2020

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Em entrevista ao jornal El País em junho do ano passado, Sebastião Salgado disse sobre o seu trabalho: “a vida do fotógrafo é assim: ir, descobrir, conhecer e transmitir. A fotografia que faço é o espelho da sociedade. É uma função que não existia há 100 anos e que não acho que irá existir daqui a 20…”. E é exatamente isso que Salgado tem feito ao longo de mais de quatro décadas de carreira. Viajar o mundo – já percorreu mais de 130 países –, observar e, com um olhar singular, registrar. Graças a isso, tornou-se um dos mais reconhecidos e premiados fotógrafos brasileiros.

História

Nascido na cidade de Aimorés, em Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944, ele é o único filho do sexo masculino entre nove irmãs. Formou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) em 1967, mesmo ano em que casou com a pianista Lélia Deluiz Wanick. Dois anos depois, durante a ditadura militar no Brasil, embarcou para Paris onde fez doutorado pela Université de Paris. Entre 1971 e 1973, trabalhou para a Organização Internacional do Café (OIC), em Londres. Foi durante um projeto sobre a cultura do café em Angola, que decidiu virar o fotógrafo da expedição. E desde então sua carreira ganhou um novo rumo.

Voltou à Paris em 1974 e trabalhou para duas grandes agências: Sygma e Gama, de 1974 a 1979. Ao sair da Gama e entrar na Magnum, recebeu a missão de registrar com suas lentes grandes – e conturbados – acontecimentos sociais e políticos na Europa e na África, como os 100 primeiros dias de governo de Ronald Reagan, inclusive o atentado a tiros que sofreu por John Hinckley Jr, em março de 1981, em Washington.

Entre 1977 e 1984, fez várias viagens pela América Latina, documentando as condições de vida dos camponeses e dos índios, que resultaram no seu primeiro livro Outras Américas, em 1986. Repleto de imagens em preto e branco, ele já mostrava sua marca: um trabalho documental e envolto em causas sociais. Nesse mesmo ano, publica Sahel: o Homem em Pânico, no qual registra a devastação causada pela seca na África. As fotos foram feitas durante 15 meses de trabalho com o grupo francês Médicos Sem Fronteiras.

Reconhecimento internacional

De 1986 a 1992, o trabalho manual em todo o mundo foi o que norteou Salgado. Trabalhadores rurais confirmou sua reputação como foto documentarista de primeira linha. Em suas viagens, o fotógrafo observou a emigração massiva de pessoas no mundo todo, sejam migrantes, refugiados ou exilados tentando escapar da pobreza, da repressão ou da guerra. Foi um fato que chamou bastante sua atenção e, por isso, de 1993 a 1999, dedicou-se ao tema dando origem a Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, de 2000. Foi com esse trabalho que Salgado consagrou-se como um grande sucesso mundial. Êxodos é resultado de viagens a 40 países durante seis anos. Na obra, ele relata que a raça humana é somente uma, independentemente da diferença de cores, línguas, culturas. Ainda defende que os sentimentos e as reações das pessoas são semelhantes.

Cada vez mais envolvido com a dignidade que toda a humanidade merece, Sebastião Salgado, em seu trabalho, protesta contra a violação da dignidade por meio da guerra, pobreza e outras injustiças. Com esse olhar em relação ao mundo, passou a contribuir com várias organizações humanitárias, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Alto Comissionado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Médico Sem Fronteiras e a Anistia Internacional. Com Retratos de Crianças do Êxodo, com apoio das Nações Unidas e do Unicef, ele mostrou 90 retratos de crianças desalojadas, um testemunho a 30 milhões de pessoas, a maioria crianças e mulheres, sem residência fixa. A exposição ficou em cartaz no Escritório das Nações Unidas, em Nova York.

“O fotógrafo deve transmitir o que seu olho vê no momento de disparar, é preciso romper os limites da câmera. E ver o que os outros fazem não significa nada, cada um tem suas luzes interiores. A fotografia é feita com o passado de cada um, com sua ideologia.”

Sebastião Salgado.

Prêmios

Mesmo tendo começado seu trabalho tardiamente, Sebastião Salgado tem todos os prêmios e reconhecimentos possíveis da arte da imagem. Entre os principais estão Prêmio W. Eugene Smith de Fotografia Humanitária; membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciências nos Estados Unidos; cavaleiro da Legião de Honra na França; World Press Foto; Hasselblad; na Espanha foi o primeiro fotógrafo a receber o Príncipe de Astúrias das Artes; prêmio da Sociedade Geográfica Espanhola “pela qualidade e espírito de seu trabalho de viagens”; 40º Prêmio Jabuti de Literatura: categoria reportagem; Prêmio Unesco e muito mais. Desde 2017 ocupa a cadeira nº 1 da Academia de Belas Artes da França, substituindo Lucien Clerque. É o primeiro brasileiro a integrar o rol de imortais da instituição.

Diferenciais

De acordo com o historiador Pedro Vasquez, publicado na Enciclopédia Itaú Cultural, o trabalho de Sebastião Salgado pode ser comparado aos dos fotógrafos Eugene Smith (1918-1978) e Henri Cartier-Bresson (1908-2004). “Em comum com Smith, ele tem a solidariedade com o ser humano, refletida em certo ar de gravidade e no sentimento do trágico que permeiam suas fotos. Em relação a Cartier-Bresson, compartilha o apurado senso de composição, o chamado ‘instante decisivo’”. E completa: “em suas fotografias, de composição clássica, destaca-se o uso da luz e de negros intensos. Com a força simbólica das imagens e a gravidade dos rostos, o trabalho de Sebastião Salgado, além do caráter de denúncia, resgata a dignidade humana e presta homenagem aos personagens retratados”.

Sebastião Salgado hoje

Em “Genesis” (2015), Salgado passou oito anos viajando por lugares remotos do planeta para mostrar que, apesar da ameaça sobre a vida na Terra, ainda existem regiões alheias à noção de progresso. Cenários de natureza intocada, como os mares gelados da Patagônia e sociedades que sobrevivem intactas em seus costumes ancestrais. Em 1994, fundou a sua própria agência de notícias, As Imagens da Amazônia, que representa o fotógrafo e seu trabalho. Desde então, tem registrado a região brasileira e lançou, no ano passado, uma exposição sobre as tribos da Amazônia. São no total 30 reportagens sobre 13 tribos, com muita fotografia aérea, porque, segundo ele, assim é possível dar uma ideia da grande extensão da floresta e dos rios.

Dá uma olhada em algumas fotos dele 🙂 São só algumas, mas já da pra sentir um gostinho rs

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E aí, fotógrafo! Curtiu? Qual outro grande nome da história que você quer ver por aqui? Conta aí que estou curiosa para saber

Até a próxima!

 

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